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[TREINAMENTO] Campos de Marte

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Mensagem por Arquivo de Semideus Sex maio 01, 2020 6:51 pm
Campos de Marte


Roma sempre foi conhecida por seus grandes guerreiros, treinados para enfrentar quase todo tipo de situação e serem imbatíveis no campo de batalha. Os costumes dos romanos perduram até os dias de hoje e seus guerreiros encontram-se cada vez mais empenhados em ter um exército invencível. Para isso, no entanto, é necessário treino. Os construtores do Acampamento Júpiter criaram simuladores eletrônicos para se assemelhar ao monstro de escolha do legionário, imitando seus movimentos e possíveis ataques.

I. Post's com menos de dez linhas serão desconsiderados.
II. Cuidado com a gramática, pois está valerá boa parte de seus pontos.
III. Cada post valerá no máximo 350xp.
IV. São permitidos até 3 posts por dia.
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Mensagem por Kyros A. Zampieri Ter maio 05, 2020 8:42 am

O caminho da espada
   

Great days!


Por algum motivo que eu era incapaz de explicar, meu desânimo era inconsolável. Nenhuma das minhas atividades mais mundanas (e por consequência mais divertidas) estavam me entretendo como costumavam. Nem mesmo um passeio por Nova Roma me animou. Eram em dias assim que eu me enfurnava na arena e começava a longa e dolorosa prática de me machucar até cansar. Não que eu me machucasse de propósito, é claro, mas me manter treinando contra monstros holográficos por horas a fio certamente me machucaria em algum momento da brincadeira.

Meus cabelos estavam bagunçados como de costume e minhas roupas não eram as mais apresentadas. Não que eu seja desleixado (eu sou) ou preguiçoso (bem…). Na verdade era porque eu não tinha necessidade nenhuma de me aprumar todo com as minhas roupas favoritas apenas para destruí-las no meio de uma luta severa contra uma harpia ou algo assim.

Eu não enfrentava monstros de verdade. A arena possuía diversos simuladores que me possibilitavam lutar contra um monstro de verdade sem que de fato fossem monstros de verdade. Veja isso assim; Eles batiam tão forte quanto a coisa de verdade, mas não havia risco de eu virar lanche. Peguei uma espada comum para treino mas me deixei sem escudo. Por mais que os velhos scutums padrão da legião romana fossem práticos contra humanos, julguei eles pouco fariam contra o punho ou a lâmina de um poderoso ciclope.

Fui até o console que ficava em um dos cantos da Arena, selecionando o nível de dificuldade iniciante para mim, uma vez que eu não era nada experiente. Escolhi o monstro grandão de um olho só. Era um ciclope de três metros de altura, não usava armadura e sua arma de escolha era um único machado de guerra. Aquilo devia bastar. O ecrã indicou uma contagem regressiva de 20 segundos para que eu me posicionasse corretamente e eu corri até a minha posição, dando um suspiro e fechando os olhos por um momento, me deixando entrar no momento.

Gostava de me imaginar em situações críticas, quase como uma criança brincando de ser herói. Um lado infantil de minha personalidade que eu jamais admitiria pra outra pessoa.

O ciclope se materializou, alto, careca, com o olho castanho e dentes tortos e amarelos, usando seu machado em sua mão direita. Ele era muito feio, mas não estava em um concurso de beleza. — Certo, grandão. Pega leve comigo, ok? — Ele obviamente não respondeu.

Eu era conhecido por ser particularmente ágil pelo acampamento. Ele, por ter uns três metros de altura, não era tão ágil, mas estava longe de ser lerdo. Deu passos lentos e corpulentos na minha direção. O grandalhão tentou me acertar com um golpe descendente e diagonal, da esquerda para a direita. Aproveitando-me da minha condição anteriormente mencionada, dei uma cambalhota para a direita, saindo do alcance da criatura enquanto ela acertava o chão. Me aproximei da lateral de seu corpo, acertando-lhe um golpe raso no flanco, girando a parte superior do corpo até os quadris para intensificar o movimento, e então me afastei com tanta pressa quanto quando me aproximei.

Ele tentou se virar para me pegar, encontrando apenas o ar. Não me mantive parado, investindo sua direção enquanto observava atentamente seus movimentos. Ele moveu o grande machado horizontalmente, certamente visando acertar-me no tronco. Joguei meu corpo para baixo, me colocando de joelhos enquanto deslisava pelo chão. A lâmina passou a centímetros do meu rosto, e agora eu estava tão próximo dele quanto nunca.

Perfurei a batata de sua perna direita, mas foi tarde demais para me levantar. O monstro me acertou um soco poderoso na lateral do corpo, o que me fez dar várias cambalhotas na direção oposta, sentindo uma dor enorme, assim como falta de ar. O pior de tudo é que agora eu estava longe da espada.

Bosta!” Xinguem em pensamento, colocando a mão nas costelas atingidas. Não parecia ter quebrado nada, mas estava doendo. Me coloquei de pé enquanto o sistema da simulação, por estar em modo de simulação para iniciantes, pausava por alguns instantes, o ciclope não se moveu. Eu não teria aquela sorte em um combate real, não teria pausa para pegar minha espada caso eu precisasse. Naquele momento entendi a praticidade que um escudo teria, por isso decidi que o melhor seria pegar um. Se eu o tivesse, eu não teria sofrido um golpe tão profundo. Caminhei até a lâmina, colocando-a em mãos e caminhei até a posição em que estava. Uma tela holográfica apareceu mais ou menos na linha do meu rosto, fazendo uma breve contagem regressiva de 10 segundos até que o treino recomeçasse.

Avancei contra a criatura no segundo em que tudo voltou ao normal. Mantendo-me fora do alcance de seu machado enquanto esperava uma brecha. Ele fez alguns movimentos exagerados, fincando o machado na terra algumas vezes quando tentava me acertar. O golpe em minha cintura havia sido doloroso, e doía um pouco para me movimentar, mas não era nada que atrapalhasse minha movimentação.

Cansado de me manter na defensiva, me aproximei dele novamente, erguendo o escudo para bloquear um golpe descendente. Separei bem as pernas, absorvendo bem o impacto do golpe e então deslisei o escudo para o lado, deixando sua guarda aberta. Fiz um corte em seu braço e dei um passo para trás, bloqueando agora um golpe direcionado à minha lateral. O impacto dos golpes não era tão poderoso quanto eu julguei que seriam.

Envergonhado pelo meu mal julgamento, passei a bloquear os próximos cinco golpes que o ciclope tentara. Sendo aprendida minha lição, decidi atacar o monstro novamente. Mudei completamente meu padrão de defesa, esquivando-se de um golpe com uma cambalhota na direção horizontal. A segunda mudança no meu padrão de esquiva e defesa o surpreendeu, fazendo-o hesitar por um momento. Era só o que eu precisava. me levantei, correndo até a barriga do ciclope pela lateral e fincando minha espada ali, fincando minha espada e causando o maior ferimento que era capaz, abrindo completamente sua barriga.

Monstros não tinham vísceras, eles apenas explodiam em poeira. No caso daquele foi diferente, afinal de contas ele era uma simulação. O brutamontes oscilou por alguns segundos antes de desaparecer. Um holograma apareceu próximo à minha cabeça com um “Parabéns! Bom trabalho, legionário!” o que me fez revirar os olhos.

O dia mal tinha começado e eu já tinha um baita hematoma.
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Mensagem por Kyros A. Zampieri Ter maio 05, 2020 9:29 am

Um arqueiro não tão competente assim
   

Great days!


Odiava arcos, mas pra ser sincero eu não gostava muito de qualquer coisa que me fizesse ter muito esforço. Esgrima me trazia muito mais encanto do que arquearia, porém era importante tirar conhecimento de vários lugares, e treinar com um arco certamente podia vir a me fazer entender como enfrentar adequadamente um arqueiro no futuro.

Dito isso, eu era uma completa negação. Eu era tão ruim em acertar o alvo que muitos outros semideuses chegaram a suspeitar que eu fosse estrábico, e minha visão era perfeita! Eu só era, realmente, muito ruim de mira. Me coloquei na área de tiro, me posicionando a 10 metros de distância. Eu normalmente tentava acertar os alvos (e falhava miserávelmente) nos dias que estava mais reflexivo. Aquele era um dia daqueles. Não é como se houvesse algum motivo pra eu me sentir aquele jeito, eu só estava...assim.

Retesei a corda do arco, tentando mirar no alvo. Prendi a respiração, tentando estabilizar o máximo possível a minha mira e atirei. A flecha deslisou pelo ar em grande velocidade, decolando em direção ao alvo e errando por uma margem de erro ridícula. Coloquei a mão no rosto, dando um suspiro. “Como você pode ser tão ruim?” Me repreendi, ajeitando-me novamente.

Deixei minha postura ereta, respirei fundo, coloquei a flecha, prendi a respiração, mirei. Era incrível a quantidade de vezes que eu tinha que fazer aquilo antes de atirar, pois nunca achava que a minha mira estava certa. Haviam pessoas capazes de atirar flechas de posições quase impossíveis sob imensas quantidades de pressão e havia eu, incapaz de atirar uma flecha parado. “Não pense nisso.” Era muito comum eu conversar sozinho, dado a minha completa falta de companhia. Meus pensamentos normalmente eram uma tumultuosa conversa entre duas partes.

Soltei a corda. A flecha deslisou pelo ar, dessa vez indo em direção ao arco e acertando na borda mais externa. Pisquei duas vezes, ligeiramente confuso pelo que havia acontecido e então dei um sorriso quase maior do que a minha boca. — YES!!! — Comemorei de maneira desproporcional do meu acerto. O zero a esquerda na arquearia não estava mais tão na esquerda assim!

Contudo, eu estava longe de acertar o centro do alvo.

Ajeitei minha postura novamente, tentando repetir o procedimento que me fez milagrosamente acertar o alvo. Havia uma, e só uma constância na minha vida, o fato de que eu precisava errar mil vezes pra acertar a primeira. É preciso muito ânimo pra levar uma vida assim, mas por sorte ânimo não me faltava. Retesando mais uma vez a flecha, olhei fixadamente para um único ponto do alvo, levantando ligeiramente o arco para compensar a distância curta e atirei. Mais uma vez aquilo havia acertado o alvo, mas havia sido na parte mais superior do mesmo.

Dessa vez, ao invés de comemorar, dei um sorriso satisfeito “É isso ai, mestre arqueiro!” Me elogiei alegremente, dando-me tapinhas metafóricos nas costas. O sol havia começado a queimar mais forte conforme Febo passeava pelos céus. Tentei acertar o alvo mais algumas vezes, errando algumas e acertando umas tantas, ainda que nunca acertasse a parte mais interior do alvo.

Pelo menos eu havia feito algum tipo de progresso com arcos naquela manhã.
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Mensagem por Freya Ter maio 05, 2020 3:00 pm
Hector

TREINO I

"Na verdade, era porque"; "Veja isso assim; eles batiam"; " “Bosta!” Xinguei;

Seu treino foi bom, retratou bastante da dificuldade inicial de um semideus com uma arma que ele já tem um certo domínio sobre. Peço que atente-se com o a falta do uso das vírgulas, algumas vezes elas são necessárias (nenhuma delas antes de um "e")! Selecionei ali em cima alguns dos erros que eu arrumaria, a maioria por falta de atenção. Por fim, apenas posso reiterar a melhora significativa da sua capacidade narrativa.

+ 300 de experiência.

TREINO II
"Coloquei-me na área de tiro"; "eu só estava... assim"; "Retesei a corda do arco, tentando mirar no alvo. Prendi a respiração, buscando estabilizar";

Selecionei ali em cima alguns dos erros que eu arrumaria, a maioria por falta de atenção. Assim como o treino anterior, este foi também foi bom, com aquele quê de desafio de uma arma que o semideus não domina em nada. Houveram algumas partes, no corredor do texto, que a mistura de ações e pensamentos no mesmo parágrafo pôde ficar um pouco confusa.

+ 290 de experiência.
Freya
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Freya
DEUSA NÓRDICA

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Mensagem por Alexis Skye Black Seg maio 11, 2020 6:28 pm
Ooh death...
A logística do Acampamento Júpiter tinha parecido um grande desafio para Alexandra no primeiro momento em que ela chegara ali, ainda debilitada e mancando da luta que tivera semanas antes. Agora, semanas após sua primeira visão do acampamento, Alexandra não imaginava a possibilidade se perder em um daqueles caminhos, principalmente aqueles que eram próximos aos Campos de Marte.

O centurião da Primeira Coorte tinha passado o horário dos treinamentos ainda na noite anterior, durante o horário de jantar, no qual Alexandra e o irmão duelavam pela última batata frita em seu prato, mesmo que os pratos encantados permitissem que eles solicitassem quantas batatas fritas quisessem. De qualquer forma, a legionária tinha achado interessante participar da instrução com espada, mesmo que tivesse uma perícia invejável com tal arma, sendo essa a principal arma das Amazonas em Temiscira.

Alexandra pegou uma das espadas disponibilizadas pelo acampamento e seguiu em direção aos bonecos de palha, assim como o instrutor havia lhe dito. Os bonecos eram literalmente como se imaginava, recheados de palha, com um alvo desenhado em seu peito, postado firmemente ao solo e a espada erguida em guarda, toscamente pendurado.

Como aprendera com as amazonas, afastou-se o suficiente para criar a distância das lâminas das espadas, como se devia funcionar em uma batalha real. A instrutora descreveu uma série de golpes para serem executados e o som de metal batendo em metal dominou as proximidades, ao tempo em que Alexandra sentia-se ridícula por repetir uma atividade como essa, mas não demorou a duelar com a espada parada do boneco de palha.

Um ataque por dentro, dois por fora. Dois por dentro, um para fora. Para esquerda; para a direita. Para a direita; para a esquerda, intercalando a velocidade das estocadas e aproximando-se do boneco, como se estivesse ganhando território. Uma simulação fraca de uma batalha verdadeira. Com o decorrer do tempo, Alexandra achou um pouco de diversão nesse treinamento, acabando por dar um meio giro de pulso a fim de conseguir alcançar o outro lado da espada do boneco, treinando estocadas de alcance mais curto e percurso mais longo.

Alexandra girou o cabo da espada, de dentro para fora, em um único giro que levou a arma a se curvar para baixo e levantar-se, alcançando a parte plana da arma de sua fraca oposição em segundos.

— Você realmente devia estar fazendo algo tão fácil assim? — gracejou o fantasma Bob.

Bob era um fantasma de um pirata que morreu no mar em XVII. Perneta, caolho e com um gancho no lugar da mão, tinha aparecido para a legionária no exato momento em que ela encontrara a amiga também perneta Cassandra e, desde então, não tinha desaparecido por um momento sequer. Além de tudo isso, só atendia ao chamado de Capitão Bob.

Alexandra já tinha se acostumado a ignorá-lo, aumentando a velocidade de suas investidas, lembrando de suas lutas contra as amazonas. Analisou cada aspecto do boneco com atenção, como se fosse o corpo de um inimigo real, planejando qual parte poderia arrancar primeiro. Pegou um punhado de seu cabelo e o levou aos lábios, mastigando as pontas de modo nervoso.

— O cabelo não vai te ajudar a matar esse canalha, docinho. — Bob gritou aos seus ouvidos.

Alexandra suspirou e simulou um ataque lateral na espada dele, rebatendo a lâmina com força e para o alto. Imaginou a sua guarda carente de espada como modo de defesa, rapidamente voltando o curso da lâmina em um corte transversal para a direita, talhando o abdômen do boneco, ganhando de presente uma boa quantidade de palha em seus pés.

De olhos fechados, imaginou um inimigo real brandindo um escudo, dessa forma, treinou um giro rápido, de duzentos e setenta graus, com o braço erguido alguns centímetros acima da linha de seu ombro, cortando superficialmente a garganta do boneco. Quando abriu os olhos novamente, a mulher de cabelos negros e olhos azuis tinha ido embora e o boneco encontrava-se em maus estados, exatamente como a mente de Alexandra vinha fazendo com a última imagem que tinha de Giana.

— É, garota, você tem sérios problemas de raiva. — murmurou o fantasma em meio a um assobio.

E o maior erro de Alexandra foi olhar o fantasma. Agora Capitão Bob sabia que ela podia não somente vê-lo, como ouvi-lo e se comunicar com ele. Na semana seguinte, a legionária conhecia todas as músicas de piratas que poderiam existir.
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Mensagem por Alexis Skye Black Seg maio 11, 2020 6:29 pm
Ooh death...
Seus passos eram lentos e calmos. O vento se abraçava levemente em seus cabelos ruivos, acariciando delicadamente seu rosto tomado pela tristeza. Seus olhos estudavam cada detalhe de uma maneira cuidadosa, tomando cuidado para que nada lhe fugisse de vista. A arena surgiu em sua frente finalmente, embora não ficasse muito longe dos Alojamentos. Alexandra suspirou um pouco confusa, mas logo deixou que fosse levada pelo o seu coração até o treinamento em longa distância.

Tantos semideuses, ambos com seus rostos estampados de suor, demonstrando o quão glorioso era seu trabalho duro. O arco dourado em sua mão parecia tão vivo quanto ela. Posicionou-se em frente a um mero alvo. Havia alguns bonecos de palhas, mas Alexandra pensou que em seu treino deveria tentar algo mais fácil, algo que a deixasse satisfeita. A maioria dos semideuses preferia simplesmente mirar no alvo e torcer para que sua flecha fincasse no lugar desejado, mas Alexandra preferia o antigo modo.

Armou seu arco lentamente. Pegou uma de suas flechas e delicadamente a engatou na corda do mesmo, o puxando um pouco para ter certeza de que ela não escaparia antes da hora. Levou o arco na altura acima de sua cabeça, o puxando lentamente até a altura do peito. O tiro intuitivo, jamais usa-se a mira para completá-lo, mas usa-se a intuição e a disciplina para conseguir acertar o objetivo desejado.

Suspirou profundamente, fixando seus olhos no pequeno ponto preto ao meio do alvo. Seus dedos finalmente soltaram a corda, libertando a flecha de bronze em seguida. A mesma voou até o alvo, e embora Alexandra esperasse que a mesma acertasse no meio, a flecha apenas acertou outro lugar aleatório.

Algo que ela nunca fazia era desistir, continuou ali, tentando acertar o alvo sempre que possível. Embora nenhuma flecha tenha acertado no ponto desejado, não saiu se sentindo mal ou algo do tipo. O tempo parecia estar totalmente a seu favor, se não conseguir hoje, consegue amanhã, e assim por diante. Alexandra sabe, sempre soube, que as coisas são conquistadas com o tempo, assim como também são perdidas.

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Mensagem por Alexis Skye Black Seg maio 11, 2020 6:30 pm
Ooh death...
A jovem semideusa passou em sua Coorte antes de seguir para os Campos de Marte. Esqueceu de pegar suas armas pela manhã, atrasando-se para seu próximo compromisso.

Alexandra, enfim, chegou à arena e pôs-se em seu lugar. Enquanto apanhava seu arco e suas flechas de ouro imperial, um instrutor aproximou-se dela. Alexandra apenas cumprimentou-o com a cabeça e escutou todas as suas dicas e sugestões. Não queria e muito menos precisava da ajuda do instrutor, queria tentar por conta própria, como sempre fez.

No final do discurso sobre uma aula de arco e flecha, a garota percebeu que não havia prestado atenção e nenhuma das informações que ele lhe dissera, mas seriamente duvidava que um garoto mais baixo que ela poderia lhe fornecer alguma informação que as instrutoras imortais de Temiscira não havia lhe dito antes. Após o instrutor distanciar-se, Alexandra ajustou o arco em suas mãos.

Olhou atentamente para o alvo estipulado para iniciantes e posicionou-se. Colocou o pé esquerdo para trás e ajustou os braços, firmando-os. Fechou um dos olhos e arrumou a mira da flecha. Puxou a corda do arco e firmou mais suas mãos. Meio segundo antes de soltar a flecha, escutou um espírito da natureza gritar, após ser atingida por uma das flechas de outro semideus que treinava. Foi o que bastou para que a legionária perdesse sua concentração e levanta-se o arco minimamente, antes de soltar a flecha. A flecha rodopiou no ar, até passar pelo arco e cair no chão, um pouco a direita de seu objetivo.

O treino irritava a garota, que, por fim, decidiu que precisava concentrar-se mais, ignorando as pessoas em sua volta. Fechou os olhos, enquanto puxava mais uma flecha da aljava. Abriu os olhos azuis e olhos para seu alvo, que agora estava como seu inimigo. A menina sentia como se o mesmo estivesse gargalhando de si, uma besteira vindo dela.

Posicionou seu corpo e, logo em seguida, o arco e a flecha. Puxou a corda para soltar a flecha com firmeza nos braços e leveza nos movimentos. Seu tiro fora bom, mas não excelente. O alvo sofrou um dano, por ter parecido superior nas vistas da cria de Plutão. A flecha de ouro estava cravada em sua segunda listra redonda vermelha, de fora para dentro.

A menina esboçou um pequeno sorriso com tal acerto, mas logo sumiu com o mesmo. Tentou acertar o meio do alvo por algumas vezes, mas nada conseguia. Já lançou mais de dez flechas e os pontos atingidos pelas mesmas variam desde o chão por volta do alvo, até a terceira listra branca de dentro para fora do alvo.

— Concentração, Alexandra! — sussurrou para si mesma.

Após posicionar-se novamente, apanhou a flecha da aljava e colocou-a no arco. Levantou a arma e mirou no centro do alvo. Piscou somente para estreitar os olhos logo em seguida. Flexionou levemente os joelhos enquanto firmava mais seus braços. Puxou a corda do arco junto com a flecha, lenta e delicadamente. Pensou ter visualizado a flecha no centro do alvo, antes de soltar a mesma, mas fora somente uma imagem ilusória, que logo em seguida se concretizou. A flecha havia rodopiado no ar de forma constante, antes de cravar-se no centro do alvo com perfeição. A prole de Plutão ficou feliz com tal resultado.

Testou a pontaria mais algumas vezes, oito vezes para sermos mais exatas. Dentre estas tentativas, duas pararam dos lados do alvo, no chão, enquanto as outras seis acertaram seus objetivos. Somente três acertaram o centro novamente, pois as outras três acertaram outras partes do alvo.

Com tais resultados já obtidos, a morena sorriu dando seu treino por encerrado. Juntou e guardou seus pertences, para sair do local sem mais interrupções de instrutores.

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Mensagem por Zeus Ter maio 12, 2020 3:57 pm
AVALIAÇÃO


Treino I
Um treino repleto de detalhes, onde as ações e falas tiveram sido descritos de maneira perfeita que não causou nenhuma espécie de dúvida no que estava se passando durante seu treinamento abusando de toda criatividade, o que julgo ser algo muito bom para prender o leitor. Pude observar um único erro na parte gramatical, onde talvez tenha esquecido de usar a letra maiúscula algo que não vejo como um problema gritante, de resto esteve impecável.
Recompensa: 340xp
Treino II
Emoções e desejos da personagem durante o treinamento muito bem descritos, sua escrita é impecável e não há muito o que ser colocado quando você praticamente gabarita os critérios de avaliações. Acredito que poderia ter tirado maior proveito do treinamento e assim descrever movimentos diferentes, alternando a distância e angulação perante o alvo e aperfeiçoar as técnicas de combates à longo alcance.
Recompensa: 280xp
Treino III
Mais um texto rico em detalhes onde se é possível compreender quais são os objetivos a serem atingidos pela semideusa. Não vi problema algum com relação a gramática, tirou proveito da ótima criatividade não deixando se tornar uma escrita cansativa retratando de forma perfeita os movimentos e manobras com a arma. Observei um mínimo erro na ortografia, nada que interfira na avaliação.
Recompensa: 340xp
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Mensagem por Kyros A. Zampieri Qua maio 13, 2020 9:39 am

Me deixa na minha
   

Wild side


As nuvens cobriam os céus, deixando a atmosfera cinza, cobriam Febo e faziam com que o clima ficasse um tanto quanto depressivo. Aqueles eram os dias que mais pioravam o meu humor, me deixando com uma sensação de algo de errado sem que eu pudesse apontar exatamente o quê. Parte de minhas memórias haviam sido furiosamente enterradas, e eu não sabia muita coisa sobre meu passado, exceto um ou outro flash de memória que passava por minha mente, que embora nada conclusivo, era o suficiente pra me deixar com dores de cabeça.

Parei de tentar entender o motivo de sentir tantas dores de cabeça e voltei a focar nos garotos treinando. Eram cinco deles, e todos eles pareciam estar indo muito… bem, mal. Havia um que obviamente era bem mais experiente que eles. O garoto estava se mostrando para seus amigos, e embora não houvesse nada de fundamentalmente errado naquilo, era ,no mínimo, engraçado. Me encostei sob a parede da arena de treinamento enquanto eles continuavam a escaramuça.

— Vocês não estão nem tentando! — Ele devia ser uns três anos mais velho que os garotos de 13 anos que estavam enfrentando-o. Sabia bem suas bases, realizando movimentos relativamente complexos. Ele usava uma maça com espinhos, uma arma perigosa demais para ser usada em treinos.

Machucou as crianças mais de uma vez e aquilo foi o suficiente para que eu intervisse. Era preguiçoso demais para entrar na briga, mas sabia falar. — Ei, valentão. Porque não pega leve com eles? Vai acabar machucando alguém com essa coisa. — Gritei o outro lado da arena, bem sentadinho no meu canto. Aquilo fez todos eles pararem. O cenário do valentão era tão clichê quando se pode imaginar. Ele me deu uma cara de poucos amigos, a qual retribui com um sorriso cansado.

— Você devia focar na sua vadiagem, Kyros. — Eu era bem reconhecido como o preguiçoso do acampamento. Aquilo era, claro, por escolha própria. Normalmente eu teria deixado passar, mas aquele cara já estava me dando nos nervos havia um tempinho. Todos no acampamento estavam, na verdade, todas aquelas crianças brincando de soldado.

Era enternecedor.

E você devia parar com a sua. Que tal um treino sério? — Me levantei, estalando o dedo indicador com o polegar, ouvindo um estalo bem alto. Comecei a me aproximar dele com a mesma expressão que eu mantinha enquanto enfrentava os pilantras que moravam fora do acampamento.

Ele ficou enleado, sem saber ao certo o que dizer por alguns segundos enquanto as crianças se encaravam. Fiquei a três metros dele, de braços cruzados. Blackstar estava segura em sua bainha, pronta para me servir da forma que eu precisasse. Aos poucos sua coragem passou a retornar.

— O-Ora! Quem recusaria um desafio vindo de você?! Vamos lutar. — Acenei ligeiramente, sério.

O som de ferro sendo desembainhado era inconfundível pra mim. Pensamentos sobre a parte mais sombria e misteriosa da minha vida começavam a empachar minha mente. Distanciei ligeiramente minhas pernas, movimento que eu já tinha fento uma centena de vezes antes, contra inimigos tão ou mais confiantes do que esse garoto da terceira coorte que abusava de seus colegas.

Quanto maiores eles eram, maior era o estrondo do tombo. Ajeitei a coluna e mantive os ombros relaxados. Meu oponente era um tanto maior que eu, mas  obviamente eu tinha uma agilidade superior. Além da vantagem de não subestimar o meu oponente. Só esperava que aquilo não mudasse meu sossego. Ele começou com o primeiro movimento, anulando a distância entre nós com passos rápidos e tentando me acertar na cabeça com um movimento horizontal na minha direita. Flecti meu corpo na direção oposta do golpe, deixando a parte superior do corpo inclinada para o lado enquanto flexionava ligeiramente minhas pernas, dando-me a base que eu precisava para me esquivar do movimento com a parte superior do corpo.

Sua arma passou logo acima da minha orelha, com um dos dentes da maça roçando contra o lóbulo da minha orelha. Se clavas possuíssem pontas cortantes, aquilo certamente teria me deixado uma cicatriz permanente. Aproveitei o impulso do meu movimento para acertar-lhe um forte chute nas costelas com o pé esquerdo, recuando celeremente para uma distância mais segura. Sua constituição robusta impediu que meu chute causasse muitos danos. Aquele homem de quase 1,90 não tombaria só com aquilo. Mas não importava o tamanho, todos tinham um ponto fraco em comum. Ele avançou contra mim, fingindo que me acertaria por cima com a clava, mas chutou o chão. Pelo movimento ser repentino abaixei os olhos por reflexo, sentindo a areia acertar meus olhos. Larguei minha espada quase que imediatamente e joguei o corpo para trás, dando três mortais para criar distância e assumi uma postura de guarda de combate corpo a corpo, o que estava longe de ser minha especialidade, mas dada minha situação…

— Não é tão durão desarmado, né? — Esfreguei os olhos e dei um passo para trás. Ouvi o som pesado de seus passos contra a terra e me desesperei, criando uma esfera de plasma em minha mão. Aquilo o fez parar, provavelmente confuso sobre a natureza do meu poder. Talvez não quisesse arriscar.

Vamos agir como cavalheiros. — exigi num tom de poucos amigos, ainda que cordial. Ele não disse nada e eu deixei que a esfera se dissipasse, respirando aliviado. Limpei os olhos, voltando a enxergar, embora estivesse lacrimejando.

Se ele queria jogar sujo, eu ia jogar sujo. Depois da minha recuperação, fui calmamente até minha espada, sem tirar os olhos do meu oponente. Aquela covardia havia me deixado irritado demais. Ele estava sorrindo debochado, completamente crente de que poderia me vencer.

Nem que o inferno congelasse. Me aproximei dele, que sem ficar parado girou sua maça, fazendo outro golpe horizontal, tentando me acertar em minha corrida. Tal como eu havia feito com o ciclope falso no meu primeiro treino dobrei os joelhos e deslizei pela areia da arena. Aquilo o surpreendeu, o que me dava a vantagem. Já em seu alcance, saltei, chutando o ar com a perna esquerda em direção a seu maxilar enquanto girava os quadris e acompanhava o movimento.

Meu pé acertou com tudo, e ele foi imediatamente pro chão, nocauteado. Rolei para a esquerda quando alcancei o chão e me coloquei de pé com um salto. As crianças gritaram surpresas ao ver o valentão nocauteado. Limpei algumas gotas de suor da minha testa e dei um sorriso satisfeito pra elas —  Não importa o tamanho, todo ser humano tem alguns pontos fracos fixos. Se acertarem-no onde o acertei, é certo que ele cairá.

— Mas como fazer movimentos assim? — Um dos garotos mais novos perguntou, curioso. Eu apenas ri.

Prática.

Olhei para o cara desmaiado e dei um suspiro cansado. Já tinha aliviado meus pensamentos, o minimo que podia fazer por ele era levá-lo até a enfermaria.
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Mensagem por Dominike Lawson Dom maio 17, 2020 10:53 pm

Your Best Weapon Is Not Of Steel


Dominike sentia a cabeça doer. As letras do manual a sua frente dançavam o samba da vaca louca diante de seus olhos, tornando impossível entender a descrição do desenho que ocupava quase metade da página. Ela pressionou uma pequena ruga que se formava entre suas sobrancelhas.

— Por que, deuses, isso tinha que estar em inglês? — resmungou sem muita energia.

Um papel pardo com um recorte da largura de um dedo caiu sobre o livro aberto. A semideusa ergueu o rosto. Na frente de sua pequena mesa de estudos estava um rapaz mais novo, as múltiplas riscas em seu braço indicando que era veterano na Legião. Ela ergueu uma sobrancelha inquisitiva. Não havia incômodo em sua expressão, apenas curiosidade.

— Para ajudar a ler — o jovem respondeu à pergunta silenciosa sem muita enrolação, reposicionando a folha marrom de modo que sua abertura revelasse uma única linha de texto. De repente as letras não dançavam tanto.

Um sorriso iluminou a face da garota. Ela olhou do livro para seu benfeitor e abaixou levemente a cabeça.

— Obrigada.

O jovem desviou o rosto e coçou a nuca.

— Não precisa agradecer. Somos da mesma Coorte, se você passar vergonha por não conseguir ler um manual eu também passo vergonha.

A negra soltou um riso curto com a reação bruscamente defensiva. Qual era a daquele garoto? Apoiou a mão no queixo e, mantendo os lábios curvados em um sorriso, falou:

— Tão prático… Se impedir novatos de passar vergonha já entra na sua agenda, não vou me sentir mal por pedir. — Apontou com o nariz para a espada que pendia do cinto do rapaz. — Você me ajudaria a treinar e trazer um pouco de orgulho para a nossa Coorte?

Ela inclinou a cabeça para o lado, sua sobrancelha outra vez arqueando-se.

O mais novo passou algum tempo pensando. Enfim, fechou o livro sobre a mesa de estudos e agarrou o pulso da semideusa em um movimento brusco. Nikki deixou seu braço ser puxado, os olhos cintilando com uma curiosidade quase leviana. Não havia violência real no gesto - apenas indelicadeza. Aquela era definitivamente uma pessoa de poucos amigos. Ainda assim, por baixo das palavras e gestos rudes, era também uma pessoa gentil.

— Eu não vou te dizer o que você quer ouvir — falou enquanto examinava a musculatura do braço segurado. — Mas o que eu queria que tivessem me dito quando entrei para a Legião.

Ela esperou pacientemente que continuasse, a expressão neutra. 

— A primeira arma que se deve treinar é o corpo. Antes de pegar numa espada ou ficar lendo manuais você precisa engrossar esses braços.

— Tudo bem.

— Vai ser cansativo. Vai ser chato. E eu não tenho paciência para manha.

Ela soltou outro riso.

— Não se preocupe, eu sou uma boa aluna.

O garoto bufou.

— É melhor que seja. Campos de Marte daqui a quarenta minutos, tenho umas coisas para resolver agora. Não se atrase.

E Dominike não se atrasou. Exatos quarenta minutos depois o semideus encontrou sua nova aprendiz já na área de treinamentos da legião romana, sentada sobre os calcanhares e de olhos fechados. Ela não percebeu quando ele se aproximou.

O rapaz passou alguns segundos desconfortáveis tentando decidir como chamar sua atenção. Sua mão pairou a um centímetro do ombro delicado, mas por fim voltou atrás. Pigarreou.

— Ei, garota! Você vai treinar ou não?

A jovem piscou devagar, e então arregalou os olhos. Suas bochechas se avermelharam numa rara demonstração de embaraço.

— Desculpa, eu… Eu… — Abaixou a cabeça e inspirou fundo, tomando um momento para organizar seus pensamentos antes de reerguê-la e olhar nos olhos de seu professor. — Foi indelicado da minha parte. Eu estou pronta para treinar, sim.

Ele ficou ainda mais desconfortável.

— Não importa — resmungou entre os dentes, o rosto virando para quebrar o contato visual. Numa tentativa de fugir da situação continuou: — Levanta. Vamos acabar logo com isso.

Eles fizeram uma sessão prolongada de aquecimentos e alongamentos. Era diferente do que Dominike costumava fazer quando ainda estava na escola, e seu instrutor explicou que os músculos trabalhados no combate não eram os mesmos trabalhados numa partida de queimada, por exemplo.

— Alongamentos diferentes para exercícios diferentes. Quando você estiver treinando com armas também vai ter uma preparação separada para cada uma.

— Certo. — Acenou a cabeça com vigor.

Sua respiração estava nivelada e a expressão vivaz, absorvendo com atenção cada palavra do rapaz. Podia não ter grande força física, mas também passava longe de ser sedentária - seu corpo aguentava bem a exposição prolongada aos exercícios. Foi só quando introduziram pesos à rotina que ela sentiu os músculos chiarem.

— O mais importante agora é melhorar seu condicionamento físico geral — o semideus explicava enquanto Nikki fazia sua quinta sessão de agachamentos. — Se treinar só os músculos que usa na esgrima, vai ficar com o corpo assimétrico. Se não treinar nada, não importa que tenha a melhor técnica do mundo, ainda vai cair de cansaço depois de dez minutos balançando uma espada. Principalmente se estiver de armadura - armaduras são pesadas. E concerta essa postura!

Assim, sob um coro de conselhos e explicações, Dominike continuou forçando seu físico até tomar consciência de cada músculo queimando, cada tendão estendendo, cada lufada de ar saindo e entrando como fogo em seus pulmões. Quando enfim terminou a última prancha lateral ela deixou o  corpo cair com um baque no chão. Até a ponta de seus dedos formigava.

— Huh. Acho que está bom por hoje. — O jovem cruzou os braços, observando seu estado deplorável com a testa franzida. — Uma última corrida pelo perímetro do campo e terminamos.

A filha de Indívia tremeu involuntariamente. O perímetro do campo era enorme. Ainda assim não reclamou - inspirando fundo, forçou-se a ficar de pé e com um aceno curto começou a trotar.

Em seu estado de exaustão não conseguiu perceber o sorriso mínimo que brotou no canto da boca do mais novo.

Quando Nikki enfim regressou ao ponto inicial ele lhe estendeu uma garrafa d'água e duas barras de cereais. Ficaram em silêncio enquanto a garota recuperava-se e mascava o pequeno lanche.

Por fim o rapaz disse, seus olhos focados em qualquer coisa que não a cara da semideusa:

— Já que você mostrou não ser um peso morto, vou considerar continuar te treinando.

— Obrigada.

Ele abaixou a cabeça.

— Depois de amanhã. Mesma hora, mesmo lugar — meio falou, meio resmungou, meio murmurou.

A negra apenas sorriu e repetiu a palavra: "obrigada". Riu baixinho quando seu instrutor, desacostumado com aquela fala tão simples, levantou de arranco e saiu dali como se fugisse de uma assombração.

Dois dias depois estava nos Campos de Marte outra vez. E dali a mais dois dias. E de novo. E mais uma vez… As semanas passavam, mas o treinamento nunca ficava mais fácil. A cada novo dia pesos maiores eram adicionados à rotina, até que por fim Dominike estava fazendo suas sessões de exercício vestindo armadura completa.

Na tarde em que completou a última volta pelo campo sem cair de joelhos no final do percurso seu professor pela primeira vez sorriu. Ou pela primeira vez que ela conseguiu ver - um leve dobrar de lábios quase imperceptível no rosto severo.

— Eu acho — ele disse. — que você está pronta para pegar numa espada.

Foi a vez de Dominike sorrir.
Dominike Lawson
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Dominike Lawson
IV COORTE

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Mensagem por Éolo Ter maio 19, 2020 7:40 am
AVALIAÇÃO


Dominike
Meus parabéns! Não encontrei nenhum erro gritante e gostei muito da progressão do treino! nota 10!
Recompensa: 350xp
Éolo
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